Padres participam de retiro ao longo da semana
“Fazer um retiro é se retirar, ou seja, é se tirar de onde se está e buscar um outro olhar sobre o que está se vivendo”. É assim que o padre Eduardo Schuster, Pároco na São Sebastião, em São Sebastião do Caí, e coordenador da Pastoral Presbiteral, define retiro. Ele lembra que esta é uma inspiração antiga na vida da Igreja, envolvendo leigas, leigos e não somente religiosos. “A inspiração maior é sempre Ele, Jesus. Vemos que em tantas passagens ele se retirava, não para fugir, mas para buscar um outro olhar”, completa.
É justamente buscando este momento de retirada que o clero da Diocese de Montenegro está em retiro, entre os dias 12 e 16 de maio, em Veranópolis, no Recanto Medianeira, uma das casas dos Irmãos Maristas. Dom Carlos Romulo, bispo diocesano, explica que a participação em retiros é algo inerente à função de presbíteros. “Temos vários momentos no ano de encontro do clero, mas este retiro anual é algo sempre especial em que vivemos com grande intensidade. Podemos, incluisve, falar que são momentos de exercícios espirituais”, detalhou.
Quando um leigo ou leiga participa de retiro, a presença do padre é central na condução de muitos momentos. Num retiro presbiteral não é diferente, mantém-se a figura de um pregador. “Neste ano, temos a presença de Dom Paulo Jackson, Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife. Ele é um grande estudioso da Bíblia e este ano vai contribuir com o tema do retiro, que é ‘presbítero como peregrino de Esperança’, alinhado com o Ano Jubilar”, explica Dom Carlos.
Momento de convivência e partilhas
Se engana quem pensa que um retiro se faz somente de oração e missa. São elementos fundamentais, mas não a totalidade do encontro. Tanto Dom Carlos como o padre Eduardo destacam a importância de momentos de convivência e partilhas. “Eu, particularmente, sempre gostei de retiros. Agora, estou indo para o 16º retiro da minha vida como padre e cada um em que vamos saímos com algo a mais, renovados a seguir a missão”, pontua padre Eduardo. “Claro, o pregador é fundamental, mas, o retiro é você quem faz. Pode vir o Papa pregar e se não nos dedicarmos não há sentido. Por isso, consideramos este momento tão importante”, acrescenta.
Nesta segunda, 12/05, o dia foi de encontros, caminhadas, práticas esportivas e convivência entre os padres que chegavam a Veranópolis. Na terça, começam os exercícios espirituais propriamente ditos. O dia inicia cedo com as orações e laudes, segue com pregações e momentos de meditação e silêncio. “E à noite há sempre momentos de convivência e espiritualidade, seja na liturgia da confissão, oração do terço ou até numa Via Lucis”, aponta Dom Carlos.
Encontro do clero iniciou com reuniões de área
O coordenador de Pastoral da Diocese de Montenegro, padre Jonas Gomes, explica que há encontros periódicos entre o clero, que em momentos são reuniões gerais e em outros por áreas pastorais. Nestes momentos que antecederam o retiro, por exemplo, houve uma semana de diversas reuniões nas cinco áreas pastorais. “A reunião de área é focada na articulação mais local. A pauta é definida em reunião de presbíteros, mas, em cada área são tratados temas de forma particular”, explica Jonas.
Além do bispo diocesano e do coordenador de Pastoral, outra presença constante nestas reuniões é a do ecônomo da Diocese, padre Nicolau Schneider. “Os temas são variados e cada área conduz segundo a sua necessidade. Há um momento de estudos, de formação e outro em que são tratadas de coisas mais práticas da vida nas paróquias”, observa padre Nicolau.
Segundo ele, esses encontros são fundamentais porque, além de realinhar caminhos de missão que a Diocese propõe, cada uma das cinco áreas pastorais consegue olhar e trabalhar desde e para a sua realidade. “Em uma área, por exemplo, o tema de estudo é gestão de pessoas de cunho pastoral, e os padres recebem formação de uma psicóloga. Em outra, tem aprofundado estudos de Iniciação à Vida Cristã. Em outra, pela realidade gerada a partir das enchentes, o tema de sido prevenção ao suicídio”, exemplifica padre Nicolau.