Catedral São João Batista

A paróquia São João Batista de Montenegro foi criada em 28 de abril de 1871 pelo segundo bispo da Diocese do Rio Grande do Sul, Dom Sebastião Dias Laranjeira, que a desmembrou da paróquia do Bom Jesus, de Triunfo. Na época, havia aqui em torno de sete mil paroquianos. Por falta de padres no clero diocesano, Dom Sebastião entregou aos cuidados dos padres jesuítas alemães a nova paróquia. O primeiro vigário (hoje pároco) foi o Pe. Miguel Kellner S.J.

 

Os jesuítas conduziram a paróquia por 23 anos. Em fevereiro de 1895 entregaram-na ao clero diocesano, na pessoa do Pe. Bartolomeu Tiecher – que, tio-avô do nosso primeiro bispo diocesano, Dom Paulo Antonio De Conto.

 

A antiga e bela igreja matriz já era pequena para acomodar o crescente número de fiéis. Assim, nasceu a ideia de se construir um templo maior. A nova igreja matriz (atual catedral), edificada em estilo romano basilical, foi projetada pelo mesmo arquiteto responsável pelo projeto da Basílica de Aparecida, em São Paulo, Benedito Calixto de Jesus Neto. Sua solene inauguração (consagração) foi em 12 de dezembro de 1965, em ato presidido por Dom Vicente Scherer, à época arcebispo metropolitano de Porto Alegre.

 

Dia 02 de julho de 2008, o Papa Bento XVI criou a Diocese de Montenegro. Sua instalação ocorreu em 06 de setembro daquele ano, com a elevação da igreja matriz São João Batista à condição de catedral.

O Padroeiro

Considerado como aquele que preparou o caminho para o Messias, João foi um filho muito desejado por Isabel e Zacarias, ambos já com idade avançada. Segundo a tradição, o anjo Gabriel foi quem deu a notícia a Zacarias dizendo que Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa “Deus é propício”.

 

Isabel era prima de Maria, que viria ser a mãe de Jesus. Conta-se que, durante uma visita da prima, ao ouvir a saudação de Maria, Isabel sentiu o filho mexer-se no seu ventre, bem como ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu, Maria, entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”. Na despedida, as primas combinaram que o nascimento de João seria anunciado com uma fogueira, para que Maria pudesse vir em auxílio de Isabel.

 

Ainda jovem, João perdeu seu pai e passou a cuidar de sua mãe. Quando Isabel morreu, ele doou os seus pertences e foi pregar no deserto, usando roupas de peles de animais, alimentando-se de gafanhotos e fazendo discursos públicos com palavras firmes, incentivando a conversão e o batismo.

 

Anunciava a vinda do Messias esclarecendo com humildade: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3,28) e “Não sou digno de desatar a correia de sua sandália” (Jo 1,27).

 

O apelido de Batista veio do costume de batizar com água no rio Jordão. Ele batizou o próprio Jesus e o apresentou ao povo com dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1, 29). Sobre João Batista Jesus declarou: “Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista”.

 

João Batista repreendeu o rei Herodes Antipas por haver tomado por esposa Herodíades, mulher separada de seu meio-irmão, o que lhe custou a prisão e a morte por decapitação, por intervenção da própria Herodíades. Esta, sabendo que o rei satisfaria um pedido de sua filha Salomé, que dançaria para a corte, fez a filha pedir-lhe a cabeça de João Batista.

 

O martírio de João é celebrado em 29 de agosto. Nas imagens ele aparece como um menino segurando um cordeiro (anunciando a vinda de Jesus), ou como um jovem pregando no deserto ou ainda batizando Jesus. Nas festas juninas é costume fazer uma fogueira, lembrando aquela feita por seus pais para comunicar o seu nascimento.