“Recebei com docilidade a Palavra que em vós foi semeada, e que é capaz de vos salvar” (Tg 1,21b).

XXII Domingo T. C. – Ano B: Dt 4,1-2.6-8; Sl 14 (15); Tg 1,17-18.21-22.27; Mc 7,1-8.14-15.21-23.

Nos preparando para a liturgia da Palavra neste domingo, começamos orando: “Semeai em nossos corações o amor ao vosso nome. Fazei crescer em nós o que é bom e guardar com amorosa solicitude o que nos destes (Oração da Coleta).

No livro do Deuteronômio, encontramos este apelo: “Agora, Israel, ouvi as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir,  para que fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida pelo Senhor, Deus de vossos pais” (Dt 4,1). Já na primeira leitura encontramos, como que um antidoto, para que: “Nada acrescenteis, nada tireis, à Palavra que vos digo” (Dt 4,2). Portanto, um chamado a observar, tudo o que o Senhor prescreve.

O evangelho nos revela o confronto entre uma religião construída a partir de tradições humanas, que se revela uma máscara, que Jesus chama de hipocrisia, e a religião que vem de uma relação profunda com Deus, uma relação que nos compromete, que atinge o coração, uma religião que “põe a mão no fogo”.

Jesus nos alerta ensinando que, o que torna o ser humano impuro, não é o que vem de fora, o que está na aparência, mas o que vem da profundidade, o que vem do coração. E lista doze atitudes egoístas que tornam o ser humano impuro: “Mas intenções, imoralidade, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas essas coisas más, saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem” (Mc 7,21-23).

A liturgia da Palavra também nos apresenta um caminho educativo, como escutamos na carta de São Tiago, um caminho que nos faz reatar nossa relação verdadeira com o Senhor: “Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Recordar que: “Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos como primícias das suas criaturas” (Tg 1,18). Com efeito, a religião pura e sem mancha diante de Deus Pai, é esta: assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo” (Tg 1,22.27).

Da escuta amorosa da Palavra, somos conduzidos à Mesa da Eucaristia, e esta nos envia em missão, transformados pelo amor Daquele que, por nós morreu e ressuscitou, e nos ensinou a servir: “Revigorados pelo pão da mesa celeste, nós vos pedimos, Senhor, que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir nos irmãos” (Oração depois da Comunhão).

Deus vos abençoe, vos mantenha no caminho do Evangelho e na comunhão eclesial.

 

+Dom Carlos Romulo – Bispo Diocesano de Montenegro.

 

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