“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós” (Jo 15,4).

5º DOMINGO DA PÁSCOA: Atos 9,26-31; Sl 21; 1João 3,18-24; João 15,1-8.

Estamos no 5º Domingo da Páscoa, quando a Palavra de Deus nos chama a contemplar a Ressurreição de Cristo a partir da nossa comunhão com Ele. São muitas as imagens que o próprio Senhor usou para compreendermos o mistério da sua Presença entre nós. Só no Evangelho de João são sete imagens simbólicas que nos falam: “Eu sou o Pão da Vida” (6,36.41.46.51); “Eu sou a Luz do mundo” (8,12; 9,5); “Eu sou a Porta” (10, 7.9.11.14); “Eu sou o Bom Pastor” (10,11.14); “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (11,25); “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (14,6); e “Eu sou a Videira Verdadeira” (15, 1.5). Acolhendo esta revelação do mistério de Cristo, somos chamados, como discípulos e discípulas, a aprofundar nossa relação com o Senhor.

Jesus se apresenta como a videira verdadeira: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (15,1). Esta imagem simbólica, tanto típica em Israel, prepara o caminho para falar da nossa relação com Cristo. O verbo ‘permanecer’, que aparece sete vezes no Evangelho deste domingo acentua como deve ser a formação do discípulo: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”; “o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira”; “assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim”; “quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”; “se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á”; “se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito”. Todas estas imagens para nos dizer: “isto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos." Portanto, ’permanecer’ Nele, que é ‘a videira, a verdadeira’, é deixar a sua vida, a sua seiva, vivificar os ramos, que somos nós. Trata-se, desta forma, de permanecer em Jesus, como Ele permanece em nós (Jo 15,4), pois Ele veio habitar no meio de nós (Jo 14,23). Ele habita em nós, pela sua encarnação: “E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14); da nossa parte, somos chamados a habitar Nele.

“Habitar n’Ele é fazer d’Ele a nossa casa, o nosso chão, a nossa porta, as nossas janelas, a nossa mesa, o lugar em que nos alimentamos, repousamos, amansamos depois das nossas agitações complicadas, decepções, fracassos, lutas e incompreensões. O lugar onde nos reunimos, para repartir e saborear o pão e o vinho da alegria, para partir depois com nova alegria e energia ao encontro de mais irmãos. Boa Nova em movimento. Seara ondulante ao sabor do vento do Espírito” (Dom António Couto – Quando Ele nos abre as Escrituras).

Habitar Nele é comunhão. É desta comunhão que recebemos a vitalidade para vivermos como discípulos e discípulas. Esta comunhão encontra na escuta da Palavra, na Liturgia e nos Sacramentos, na Igreja que é nossa Casa; e no Caminho, sendo um testemunho do Evangelho em meio a sociedade.

Alegremo-nos pela Ordenação Sacerdotal do Pe Rodrigo Schneider neste dia 26 de abril e sua Primeira Missa, no domingo, dia 28 de abril, na Paróquia Cristo Redentor, em Tupandi.

Abençoada Páscoa do Senhor!

 

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